Famen Temple

Para encerrar a viagem que fizemos a Xi’An e começar com a expedição por Hong Kong e Macau, vou contar sobre nosso último dia na cidade.
Visitamos o Famen Temple, que é para os budistas chineses o que é o Vaticano para os católicos do mundo inteiro. É uma construção grandiosa, todo em mármore e todo feito com doações. A guia falou que gastaram cerca de 1 bilhão de yuan na construção, mas eu achei meio exagero dela. Se bem que 1 bilhão de yuan é mais ou menos 350 milhões de reais e como é tudo de mármore e tem muita coisa de ouro, deve ser isso mesmo.

Guilherme e Breno na entrada do Templo.

Guilherme e Breno na entrada do Templo.


Lá tem várias construções, várias estátuas de budas gigantes e é uma área tãaao enorme, que pra ir de uma construção à outra é preciso pegar um carrinho que parece um daqueles de golfe. Mas tem gente que vai lá pra pagar promessa e faz o percurso a pé mesmo.
Imagina andar tudo isso no sol...

Imagina andar tudo isso no sol...


Aí chegamos lá no fim do caminho, maaais construções grandiosas.
Breno mostrando como é o prédio lá ao fundo!

Breno mostrando como é o prédio lá ao fundo!


De lugares para oração até museus com peças que foram localizadas em escavações depois do terremoto de 2008. Mas o charme do lugar fica nos detalhes… Lá, no meio de tanto mármore e tanto ouro, existem algum pequenos jardins super delicados e que aí sim você consegue sentir alguma paz.
Eu e as amigas dando um tempo.

Eu e as amigas dando um tempo.


Aí chegamos no prédio maior.
E pra explicar bem essa parte, é preciso de falar sobre o Siddhartha Gautama que foi o fundador do Budismo. Aí, nas escavações do templo, achou-se quatro “relíquias”: duas feitas de jade branca, uma esculpida por um antigo monge e a verdadeira relíquia. As três primeiras foram feitas para proteger a quarta e verdadeira relíquia, que é um objeto que tem células ósseas, mas não se parece com nenhum osso do corpo humano. Mas, como existe em toda religião, os cientistas declaram que esse tal “osso que não existe” pertence ao tal Siddhartha Gautama. Sacou? E lá no prédio maior que fica exposto a relíquia verdadeira.
Junto com uma estátua gigante do Buda a quem ela pertence.
E lógico que não pode tirar foto porque é algo sagrado. E lógico que a gente tirou foto porque eu queria postar aqui!
Então…
Siddhartha Gautama

Siddhartha Gautama


Outra coisa legal que tem lá dentro do templo é uma árvore de proteção. Funciona assim: você pega uma folha (no formato de folha mesmo, de árvore) e escreve a data da visita e seu nome. Aí amarra na corrente em volta da árvore para proteção. Legal, né?
Já amarradinha na árvore!

Já amarradinha na árvore!


E, como a visita que a gente fez ao templo foi no mesmo dia do casamento de uma das pessoas mais importantes pra mim, como não fazer uma folhinha pra ela também, né Letticiae?
Proteção para os noivos!

Proteção para os noivos!


Muito lindo o Famen Temple. Recomendo para quem for a Xi’An, mas vale lembrar que lá fica meio longe, cerca de 100km da cidade mesmo. Então compensa contratar a guia com a van, principalmente se estiver com um grupo de pessoas.
Fora todos os passeios, aproveitamos uma noite na cidade para ir ao teatro. Na verdade é possível assistir esse tipo de coisa aqui porque a apresentação é quase toda musical e a representação fica por conta das danças. E tudo o que é falado em chinês tem um letreiro do lado do palco que passa a tradução em inglês. É muito lindo e compensa depois de um dia de caminhada.
Mangas esvoaçantes é tão bonito!

Mangas esvoaçantes é tão bonito!

Published in: on 15/08/2010 at 22:26  Comments (3)  
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Exército de Terracota!

E, finalmente, chegou. O exército de terracota!
Muita história antes de tudo.
Os Guerreiros de Xian, como também são conhecidos, é uma herança que remete ao primeiro imperador da China, o Qin Shi Huang Di, que governou de 247 a.C. à 221 a.C (quase que ontem!).
A cultura chinesa prega que, quando alguém morre, leva tudo dessa vida para a outra. Sendo assim, os imperadores construíam verdadeiros palácios subterrâneos para servirem de mausoléus. O do Imperador Qin tinha cerca de 56 km²! Pois então… Entre várias coisas que foram enterradas com o imperador, como seus pratos e tesouros favoritos, 3000 concubinas (sim, enterradas vivas!) e até mesmo seus animais favoritos, estava o Exército de Terracota: cerca de oito mil estátuas de guerreiros, cavalos e carruagens todos feitos de forma única e diferenciada em terracota (pra quem não sabe o que é terracota, clica aqui que o Wikipedia explica!).
Reza a lenda que nenhum dos guerreiros é igual ao outro, todos eles tendo um penteado, um uniforme ou uma expressão diferenciada.
Mas, todo esse tempo embaixo da terra, o Exército só foi descoberto em 1974, por um fazendeiro que furava um poço para construir uma cisterna. Aí ele achou uma das estátuas, chamou o governo e tã-rãm: mais um local pra gente visitar na China!!!
E fato divertido: o fazendeiro que desocbriu está vivo até hoje, ainda mora no local e fica lá, autografando livros e tirando fotos com os turistas. Fotinha essa que rendeu uma aparição no Jacaré Banguela!

Até o Bill Clinton apareceu na foto...

Até o Bill Clinton apareceu na foto...


Mas o mais importante mesmo é o Exército, né?
Então, vamos as fotos.
Na primeira, tá a pessoa que ficou mais feliz de ir lá: o Breno. Tava igual criança em manhã de natal andando pelas galerias do mausoléu (frase estranha essa, né?).
Eu, o Breno e a galera lá atrás!

Eu, o Breno e a galera lá atrás!


A segunda, ainda com o Breno, para mostrar o tamanho aproximado das estátuas. Esse aí na foto é o “kneeling archer” ou arqueiro ajoelhado.
Breno e o Arqueiro de Terracota

Breno e o Arqueiro de Terracota


O mais interessante é notar os detalher mesmo… O cuidado com o acabamento, o cabelo, os sapatos, as roupas. E tinha algumas que ainda tinham traços da coloração feita na época!
Ainda hoje tá super na moda com essas tranças!

Ainda hoje tá super na moda com essas tranças!


Detalhe da botinha antiderrapante: segurança acima de tudo!

Detalhe da botinha antiderrapante: segurança acima de tudo!


Lógico que existem contratempos em um lugar desse tamanho e imponência, né?
Ainda tem muitos guerreiros que não foram restaurados, outros que foram danificados por aquele terremoto de 2008 e teve ainda um general doidão que incendiou o mausoléu do Qin numa revolução ocorrida apenas 5 anos depois de sua morte.
Vítimas de incêndios ou terremotos...

Vítimas de incêndios ou terremotos...


Então é isso! O Exército de Terracota do Imperador Qin! A viagem para XiAn foi motivada por esse local, a gente aproveitou muito e conheceu muita coisa que nem imaginávamos sobre a cultura chinesa.
Mas ainda não acabooou! Ainda tem mais coisinhas para contar sobre essa viagem… Mas isso fica para o próximo post!
Bye-Bye

Bye-Bye

Edição: achei uma foto super engraçada aqui que não tinha colocado no post original – eu e o Breno de Guerreiros de Terracota!

Nós, guerreiros!

Nós, guerreiros!

Published in: on 27/07/2010 at 17:57  Comments (7)  
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Palácio de Verão

Antes de mais nada, acabou de ter um leve terremoto aqui. Atingiu 4.9 graus e o epicentro foi a mais ou menos 140km daqui.
Eu estou no sofá e senti como se fosse uma turbulência de avião… O sofá deu uma balançada e ouvi o vidro da porta do armário fazendo barulho. Aí parou. Aí fez de novo. Aí, sem saber o que fazer, fui parar embaixo do portal (porque eu já vi isso em todo e qualquer filme que tem terremoto). Aí tremeu de novo. Aí meu celular tocou e era o Breno ligando do escritório para ver como eu estava e confirmando que era um terremoto.
Mas tranquilo. Se for tudo assim, dá pra aguentar.

Continuando nosso passeio por Pequim, fomos conhecer o Palácio de Verão. É uma área de quase 3km², ou seja, toma um dia inteiro de turismo. O Palácio possui um lago artificial que ocupa 3/4 da sua extensão, várias estruturas da arquitetura clássica chinesa e jardins.

Palácio de Verão

Lago Kunming com Pagode do Incenso Budista atrás.


Um dos prédios principais do Palácio é o Pagode de Incenso Budista. Lindo e grandioso, todo cheio de detalhes e com mil esculturas lá dentro.
Pagode do Incenso Budista

Pagode do Incenso Budista.


Outra construção bem diferente é o Barco de Mármore da Imperatriz Cixi. Isso. Um barco de mármore. Na água. Não me pergunte como que ele tá lá, boiando. Mas ele está.
Barco de Mármore

Barco de Mármore

No final do dia, fomos para o Silk Market. De novo. Porque compras nunca é demais!!!
No próximo post: A Grande Muralha!

Published in: on 25/05/2010 at 8:55  Comments (4)  
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Terremoto de hoje.

Esclarecendo: o terremoto que teve hoje (14 de abril de 2010) na China foi na província de Qinghai. Nós estamos morando na província de Sichuan, ao lado. Mas o epicentro do terremoto de hoje foi em uma cidade longe da nossa. Nós não fomos afetados e só ficamos sabendo do terremoto por causa das notícias.
No mapa abaixo dá pra ver direitinho, sendo o ponto A onde teve o terremoto e o ponto B onde nós estamos.

Published in: on 14/04/2010 at 14:00  Comments (5)  
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Han Wang

Domingo nós fomos à Han Wang. A demora do post se justifica pela falta de vontade de arrumar as fotos para mostrar.
Seguinte: Hanwang, cidade de 60 mil habitantes, fica a cerca de 30 km de Wenchuan, onde ocorreu o epicentro do terremoto de 2008 aqui na China. E aproximadamente 80km da cidade onde a gente está morando.
Pois então. No sábado 4 amigos nossos (3 chineses e um francês) nos convidaram para ir lá. De acordo com eles, a gente ia para ver um monumento, uma homenagem que foi feita aos mortos no terremoto. Só que a idéia de homenagem para eles é diferente da nossa. Chegando lá, tudo o que tinha era uma cidade fantasma, abandonada do jeito que tinha ficado após o terremoto. Todas as ruínas, os prédios, as casas destruídas e objetos que foram largados para trás.

Terremoto

Entrada da cidade.


E a gente lá. Passeando. Pois é. Se eu soubesse como seria de fato, provavelmente não teria ido. Se bem que acho que foi o único jeito de realmente entender como eles vêem a morte. E mesmo assim acho que ainda não entendi direito.
Na cabeça deles, as ruínas são um sinal de esperança. Sei lá de onde que eles tiraram isso. Mas é o que eles acham. E eles vão manter intactas as ruínas de um terremoto que matou mais de 60 mil pessoas, deixou mais de 350 mil machucados e outros 20 mil ainda desaparecidos. Isso mesmo: onde a gente estava tinha corpos embaixo, de milhares de pessoas que não foram achadas nos destroços.
Escolinha

Escola infantil em meio aos destroços.


Além disso, as ruínas serão usadas para estudo de engenharia, para saber qual o impacto causado nos prédios. Isso e outras coisas mais que eles acham que podem aprender com aquilo lá.
E fica ainda mais estranho. A cidade é completamente deserta, abandonada. Parece mesmo uma cidade fantasma. Só ficam por lá alguns policiais e funcionários que vigiam a ruína e auxiliam os “turistas”. E os vendedores. Tem banquinhas de vendedores lá. Umas seis ou mais bancas. E o que eles vendem? DVDs do dia do terremoto. É, pois é. E ficam passando isso lá o tempo todo, relembrando todo o fato. E as pessoas compram esse DVD e levam pra casa. Eu achei bizarro. Isso foi uma coisa que eu não consegui entender de maneira alguma.
DVD

Venda de DVDs.


Mas é isso. No mais, vou colocar o restante das fotos no flickr. Vale a pena ver, pra quem tiver curiosidade.

Published in: on 14/04/2010 at 7:52  Comments (6)  
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